ONCE

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O ABISMO







Em meados da década de 70 montamos uma banda de Rock'n'roll. Nada muito profissional como nos dias de hoje mas o material era muito bom. Uma pena que não tínhamos os recursos atuais para aparelhagem. Hoje é fácil: todo lugar tem um bom equipamento e com variedade. Mas compúnhamos nossas músicas e chegamos a gravar uma fita K7. Alguém se lembra dessa grande invenção? Fizemos alguns shows e aberturas, festivais e uma última apresentação no lendário Woodicex de 1981. Daí nunca mais tocamos.
Pois é, há alguns anos resolvemos reeditar a banda e nos encontramos para uma "jam". O equipamento dessa vez não foi problema. Tínhamos toda a sorte de instrumentos que faziam a cabeça naquela época e muito mais. E o melhor: tudo apenas num teclado acoplado a um computador e seus inúmeros softers. É, mas saudade mesmo é que faz a diferença. Nem uma música (de um repertório de 40 aproximadamente) foi reeditada. Ficou tudo na saudade mesmo. Lá em cima, no Abismo.



quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

PORSCHE 908 A CAMINHO

Com a produção do Porsche 910 em andamento, preparei um protótipo do 908/2 para apresentar em Ouro Preto. Pintei o modelo na configuração atual do carro (ver no www.fotki.com/ibsenop) . O kit estará disponível em fevereiro mas a edição será limitada a 20 unidades apenas. Esse carro oferece várias possibilidades de pintura, além das duas versões brasileiras (Equipe Z e Hollywood), como os carros oficiais de fábrica em 1969 e particulares, no caso da versão Escuderia Nacional que correu no Brasil com o Príncipe De Bragation.
A Fiottimodelos vai produzir um pequeno número de decalques para as versões européias e para os colecionadores que terão também a opção pelo modelo montado.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

HETERAGRION PETIENSE
















Da mesma forma como foi feito o modelo da Heteragrion tiradentense (ver publicação anterior no blog), utilizando a mesma escala e algumas partes comuns às duas espécies, o Heteragrion petiense reproduz a pequena libélula existente na Reserva da Usina de Peti, entre as cidades de Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo em Minas Gerais.
As duas libélulas são muito semelhantes, diferenciando-se basicamente pelas manchas existentes no dorso do tórax.
O modelo foi produzido para o Prof. Ângelo Machado (ICB-UFMG), convidado a participar da 25ª Feira Internacional do Livro que aconteceu em Miami entre 9 e 16 de novembro de 2008. Com uma visitação de aproximadamente 16.000 pessoas no Pavilhão Brazil, o Prof. Ângelo apresentou o exemplar em escala do Heteragrion petiense, além dos vários livros publicados.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

LIBÉLULA NA CAIXA


Mais uma libélula foi feita. Essa agora, um modelo da Hetaragrion petiense, viajou para Miami. Pensei em fazer uma caixa bem apropriada à viagem e o resultado foi esse aí: um estojo que ao mesmo tempo serviria de expositor para o modelo, proteção e segurança para as finas asas e pernas do "bichinho". O sucesso da mostra e mais detalhes desse modelo vou colocar em breve aqui na página.

domingo, 26 de outubro de 2008

A ARMADILHA DO TEMPO




O tema da armadilha recai agora sobre o tempo. Como aprisionar o tempo que não para? E é exatamente isso que faz a câmera fotográfica. Ela congela uma fração do tempo. Prende uma pequena parte, na maioria das vezes muito menor que um segundo, do nosso precioso tempo.
Pensei que, para aprisionar 1 segundo do tempo seria preciso sincronizar 60 "armadilhas" que funcionassem na velocidade de 1/60 s. Juntando todas as imagens teríamos então prendido um segundo do tempo. Depois veio a idéia de reproduzir 60 vezes a mesma imagem pintada. Eu teria então, dentro do meu espaço de 80 x 120 cm, 60 fotos formato 10 x 15 cm. Mais uma "descoberta" que a pesquisa me trouxe, sem planejar formatos ou premeditar os fatos. As 60 fotos têm um formato padrão dos mais utilizados comercialmente no meio fotográfico: 10 x 15.
Talvez eu venha a trabalhar com serigrafia para reproduzir uma imagem retirada da pintura de um artefato que produz imagens. São armadilhas que criamos, que consumimos.

A FORÇA DA MARCA

Sem dúvida alguma meu interesse pelos carros de competição faz com que sempre recorra a eles para um descanso de toda a "ideologia" que depositei no meu trabalho com os bens de consumo. Pensei em pintar a Ferrari 312 PB em preto e branco, utilizando uma foto que capturei na internet. A foto era preto e branco e então fui pintar tal qual ela estava. Não sei por que deixei a logomaraca "Ferrari", que aparece na lateral do carro, para pintar por último. Aí veio a interrogação: e se eu colocasse cor nessa logomarca? Depois de algumas experiências e conversas decidi realmente pintá-la a cores. Com isso o olhar ficou totalmente "roubado" pela marca, pela grife, pelo que vende, que promove o consumo. Resultado: a tela passou a integrar a série de armadilhas também. Outra relação que foi apontada pelo meu professor, Mário Zavagli, é que junto da lata de refrigerante, esse trabalho também tinha como base o preto e branco com mais uma cor (isso em uma linha mais generalizada). Começa então mais uma associação entre os trabalhos que vão fazer parte da série.
A Ferrari 312 PB foi fotografada durante os 1000 km de SPA-Francorchamps com o piloto Jack Ickx. A pintura é óleo sobre tela com 80 x 120 cm.

ARMADILLIS INATURALIS


Dentro daquela proposta de trabalhar com as armadilhas do consumo moderno, o "HIPERCONSUMO" como coloca Lipovetsky, acidentalmente consumi uma lata de refrigerante e resolvi fotografá-la. Surgiu então uma imagem que tinha uma relação direta com o consumo, com a armadilha, com o tema que eu estava iniciando. Já havia trabalhado com as notas de cruzeiro e real, com a ratoeira (ambos estão publicados ainda neste blog) e a imagem propaga a idéia da marca mais simbólica do capitalismo.
O trabalho foi feito em dois meses e utilizei óleo sobre tecido de algodão. Tem 80 x 120 cm e busca uma luminosidade forte na frente da lata, contrastando com o fundo escuro. A imagem de cima é a foto utilizada como referência.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

LIBÉLULA FINALIZADA

O modelo finalizado foi afixado em um fragmento de cedro que eu tinha guardado em casa durante anos, daqueles que a enchente trouxe e que engarranchou numa pedra na beira do rio. Cortei, lixei e adaptei o suporte à base que posteriormente foi instalada na Casa da Serra.
Todo o trabalho foi feito com um material chamado Ren Shape, muito bom para esculpir, resistente e sem fibras. A pintura foi aerografada com tinta laca nitrocelulose e verniz acrílico.
Quero agradecer ao Professor Ângelo Machado, ao amigo Lúcio Bedê e à Maquete Aristides & Equipe por toda a contribuição no desenvolvimento desse trabalho. As etapas iniciais da confecção do modelo estão em publicações passadas aqui neste mesmo blog. Ao clicar nas fotos elas serão abertas em formato maior para melhor visualização dos detalhes






HETERAGRION III

Um dos maiores desafios na confecção do modelo foi descobrir um material adequado para a reprodução da asa. No tamanho natural é nítida a delicadeza e transparência do conjunto. Fiz uma opção por moldá-la em plástico transparente de 0,1 mm. As nervuras de contorno e sustentação, mesmo sendo um pouco mais grossas, não foram suficientes para sustentar o peso das asas. Foram utilizados, então, arames de alpaca para sustentação, colados no interior das nervuras e "cimentados" ao torax do modelo. A pintura foi experimentada primeiramente em preto mas acabei por definir por um castanho escuro e um verniz levemente amarelado como cobertura geral.


Na foto acima ja estava definida a posição do modelo em relação ao plano de sua base, da mesma maneira que a Heteragrion pousa. Comecei a colar os pelos nas pernas e adaptá-las à base.

As fotos a seguir mostram alguns detalhes e ângulos do modelo ainda em fase de montagem, resaltando as manchas no torax e na base do abdomen.



sexta-feira, 12 de setembro de 2008

MUITO ALÉM DE RENOIR

Como disse Renoir:
"É imprescindível pintar gatos"
Por isso eles são como são. Alguns escuros de olhos bem acesos. Para as noites sem lua.
Outros claros, malhados, etéreos às vezes como o gato na árvore de Alice.
Mas sempre sábios, com o olhar muito adiante do que o nosso imagina ver.
O Théo, aí no alto, bem pode mostrar do que estou falando.

A TCHURMA!






Algumas coisas acontecem na vida da gente e sempre têm um significado. Quando criança eu criava passarinho. Detestava os gatos. Hoje m eus passarinhos vivem soltos pelo mundo, cantam a partir das 4:45h até às 17:30h. O sabiá vai um pouco além. Mas o caso é que aprendi a apreciar os gatos de uma forma mais filosófica. Gatos sempre analizam o que stá macontecendo, qual a novidade que chegou em casa, quem chegou com um perfume diferente. A Mee (as duas fotos mais no alto) chegou numa madrugada de chuva forte, para passar apenas uma manhã até que eu conseguisse arrumar alguém que cuidasse dela. Bom, essa manhã já dura dois anos e meio. O Guru, também conheceido como Morício, foi encontrado na porta de um estacionamento, levado para uma clínica e depois de duas semanas de muito pensar acabou indo lá para casa. É claro, foi recebido com unhas e dentes. Eu não sabia que havia uma gata tão feroz dentro de casa. Mas isso foi passando e aquele bagunceiro foi aceito, ou pelo menos tolerado, por ela. De tudo ficou o bagunceiro até hoje e uma gata paciente como uma monja (certo que há controvérsias). Mas estão lá, inseparáveis e portadores da mesma opinião de que posso frequentar a casa deles. Parecidos que são, teve época que precisava olhar para o rabo para diferenciá-los. Bom, agora o camarada cresceu muito mais e também apronta muito mais. Mas estão felizes e me escutam atentamente, sem questionamentos, sem cobrança. São os gatos da casa.


sábado, 5 de julho de 2008

A SÉRIE DE ARMADILHAS


Esse trabalho traduz um pouco a relação do ser humano atual com o dinheiro e com os bens de consumo, melhor dizendo, os bens do consumo. Cada vez mais induzido, o consumo é o tema do momento, no meu trabalho e no contexto da sociedade que vivemos. Descartáveis, recicláveis, toleráveis, alguns certamente intoleráveis. O consumo é elevado à categoria de hiperconsumo. Não há mais espaço para carros nas ruas e cada vez mais se fabricam carros, se promove a venda de carros. Carros, esse tema que tanto aprecio e que por outro lado tanto me distancio. Hipermercados promovem hiperconsumo. Fast food para dar lugar a mais um cliente. Hiperrotatividade!
Foi o primeiro trabalho de uma série que comecei e me vi metido no conceito e na valorização do dinheiro. Fui flagrado aos dois anos de idade com uma bela carteira na mão, objeto de interesse estético, e todo o dinheiro jogado ao chão. Hiperlink com meus conceitos atuais sobre a necessidade de se ter as coisas que realmente são necessárias. O que você tem agora que pode ser completamente descartado. Olhe ao seu redor. Há quanto tempo você não usa aquele negócio ali? Será que é por que ele ficou velho ou estragou? Ou será que é por que ele nunca fez falta alguma?

Juntei um bocado de dinheiro velho, fiz umas ampliações em xerox p&b e colei sobre um suporte rígido texturizado com massa de poliester. O restante veio com o tempo, fazendo e arrumando soluções (o compacto com Money, do Pink Floyd, foi solução para a imagem original que trazia a vitória de Fittipaldi no GP de Monza em 1972), discutindo e apanhando um pouco da nova experiência. A proposta inicial era trabalhar num "suporte inusitado". Acabei entrando numa armadilha e, de certa forma, consegui um caminho para me ver livre dela. Só que, a partir disso, criei outras tantas armadilhas para decifrar. E é isso mesmo, cada uma delas me consumirão por um determinado momento, ou período. è essa a proposta do consumo, não é?

Trabalho em acrílica sobre colagem.

ALGUMAS AQUARELAS


No semestre passado iniciei alguns trabalhos em aquarela, levando a diante a série de carros e recortes dos automóveis que sempre fizeram parte do meu trabalho. Algumas imagens estão incluídas no projeto "livro do artista", um trabalho encadernado onde aparecem treze aquarelas já definidas (ver anteriores Opala Motorauto, Puma Carbel, BMW 320i) mas com espaço para muitas outras. A vista da Ferrari 312 B (formato aprox A5) com Jack Ickxy aguardando a largada para mais um GP na temporada F1 de 1970, faz parte desse projeto e já me trouxe a idéia de ampliá-la para um formato 120 x 80 cm pintado a óleo.
O outro trabalho já fecha um ângulo do famoso Maserati 250 com o qual Fangio correu em 1957. Procurei foco no reflexo dos escapamentos e nos detalhes que aparecem na suspensão traseira daquele carro. Quando fiz a foto o faltava pouco para a finalização do trabalho que é em formato A3. Em ambos os casos utilizei papel Fabriano e Aquarela Winsor & Newton.

DEDICO AOS MEUS AMIGOS



Realmente ficar quieto é uma coisa que eu nunca soube fazer direito. Muito tempo pra fazer infinitas coisas significa pouco tempo para se fazer tudo o que se quer, principalmente se você gosta de coisas de naturezas opostas. Já toquei em banda de rock, o Abismo (que é aquele que você vê quando olha pra cima, no sítio, longe da luz da cidade), corri de motocicleta, pedalei pela cultura mineira, escalei montanhas, construí modelos, etc. Já mexi em caixa de marimbondo também. Mas de tudo o que a gente vive, ou consegue viver, o importante é que se construa amizades. Até mesmo alguns marimbondos ainda são mantidos no ciclo de amigos que nunca esquecemos. Talvez o mais vantajoso de se ter um pouco de experiência com cada uma das oportunidades que a vida nos apresenta é que lembramos de tudo com muita intensidade. E vou tocando minha flauta, fazendo meu caminho, ajuntando mais amigos aos que fizeram companhia até aqui.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

PORSCHE 910 OITO CILINDROS


Outra opção do kit FIOTTIMODELOS, essa versão apresenta o carro de oito cilindros. O modelo mostrado acima é do carro pilotado pela dupla Ahrens/Stommelen dos 1000 km de Nürburgring em 1967. As diferenças básicas do kit estão na tampa traseira, com a ventoinha sobre o motor, e no escapamento único que saía por sob o painel traseiro do carro.
A opção de decal do kit é para o carro número oito que possuía a frente pintada em verde e foi pilotado por Hermman/Siffert.

HETERAGRION II




O trabalho foi iniciado com base num exemplar da Heteragrion petiense cedido pelo Professor Ângelo Machado. O modelo a ser desenvolvido possui dimensões e características muito semelhantes e como ponto de partida não haveria problemas.
O material utilizado na escultura das partes foi o Ren Shape, um polímero sem fibras, macio de se trabalhar e com boa resistência mecânica suficiente.
As primeiras partes trabalhadas foram o abdomem e a cabeça. Os trabalhos no torax viriam a seguir. Paralelamente fui desenvolvendo as asas também, pesquisando materiais que pudessem reproduzir de uma maneira satisfatória a fina película que a libélula original apresenta mais as nervuras que eu queria fazer em relevo. Mas sobre essa parte vou falar um pouco adiante.

sábado, 14 de junho de 2008

HETERAGRION TIRADENTENSE






Com o trabalho de modelismo, aliado ao da ilustração científica, veio uma oportunidade de reproduzir em escala uma espécie de libélula endêmica de Tiradentes, cidade histórica no interior de Minas Gerais que divide, juntamente com Prados e mais três municípios, Área de Proteção Ambiental (APA) São José e o Refúgio de Vida Silvestre “Libélulas da Serra de São José”, a primeira reserva no Brasil criada com objetivo de proteger espécies de libélulas ali existentes.
A Heteragrion tiradentense é pequena, aproximadamente cinco cm de ponta a ponta das asas, e decidimos faze-la cinco vezes maior para uma melhor visualização. Essa “maquete” vai ficar na exposição montada na Casa da Serra (Centro de Educação Ambiental do Refúgio) pelo Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais e a ONG Instituto Terra Brasilis, com várias referências à biodiversidade encontrada no refúgio e APA.
Um sistemático trabalho de desenho e projeto teve início em meados de janeiro e contou com o acompanhamento do Professor Ângelo Machado (ICB-UFMG) e do biólogo Lúcio Bedê (Conservação Internacional). Fiz alguns esboços iniciais com auxílio de uma lupa e referências fotográficas, e a partir deles iniciei a escultura das partes para montar a “pequena" libélula, observando as características principais que definem essa espécie.


Joining both modeling and scientific illustration, I got an opportunity to make a scale model of a damselfly that is endemic to the historic town of Tiradentes, a world heritage site at Brazil's Southeastern state of Minas Gerais. The town of Tiradentes hosts parts of the “Libélulas da Serra de São José” Wildlife Refuge, the first protected area criated in Brazil with the specific aim to protect the region's rich dragonfly and damselfly fauna.
The damselfly Heteragrion tiradentense has approximately five centimeters of wingspan and we decided to make it in 5:1 scale to a better looking. This model will be displayed in the Refuge's Center of Environmental Education, the “Casa da Serra” exhibit, organized by the Minas gerais State Forestry Institute (IEF-MG) and NGO Instituto terra Brasilis, for delivering information on the region's assets to the public.
A meticulous research was initiated in mid january 2008, preceding the drawing and building of the model, with close attendance from Pofessor Ângelo Machado (ICB-UFMG) and biologist Lúcio Bedê (Conservation International).
I made a few sketches of a specimen with the aid of a stereoscopic microscope and some close-up photographs, so I could begin with the sculpture work of the "little" damselfly's distinct body parts, paying attention to the species distinctive features.