ONCE

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O VULCÃO NA CASA DO TIBÚRCIO


Peguei a bicicleta e subi para o alto, na praça com as árvores cortadas. De lá pude ver o início de tudo. Achei que fosse no quintal da casa onde morava o Tibúrcio. O vento era forte e o cheiro asfixiava, fechava os pulmões. Não parecia que fosse a primeira erupção. Mas era no quintal daquela casa cinsenta mesmo. Começou a sair lava pelas janelas. Tudo estava ficando muito quente. Achei apenas que a cidade não iria durar muito. Na volta ainda olhei para o céu. Queimava como um forno a lenha, assando uma pizza de enxofre. Segui pelo caminho. Já não sabia da bicicleta, nem do Tibúrcio.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

"WE WILL MEET IN THE SWEET LIGHT OF DAWN"

Another sad night,
one other cat to get
its place in the cats' sky
As a not know friend,
not with its life shared,
but as a part of my night,
to a sad dawning.
In its honours,
as a Jethro Tull's song says,
words for a never new dawning.

"...but the tune is too soon for us all".

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O PALHAÇO

O Palhaço não veste fantasia, se esconde atrás do nariz vermelho. Vai à escola sem aula, ao picadeiro metafísico conduzido pelo elemento químico. O Palhaço empresta o nariz ao tigre, ao leão e até ao anão. A qualquer um que queira usá-lo. Pinta e não borda. Chora e não faz rir. O Palhaço distribui a carapuça e não espera aplausos.


“Auto Retrato Desdobrado com Nariz de Palhaço” – FIOTTI, Paulo. Pintura digital formato diverso, 2010.
Obs: qualquer semelhança com fatos de vida real é mera coincidência.

"E" PROIBIDO

Cyril Overdive é artista plástico formado em Londres pela EBAA – Ego British Academy of Arts. Em seus últimos trabalhos a nova tendência de utilização das imagens digitalizadas, agregadas às interferências virtuais não tão virtuosas, mas que exprimem a total falta de tempo que a vida impõe ao artista e ao mundo que cada vez mais fica limitado a um enorme conhecimento sobre cada vez menos assuntos de interesse real à sociedade como um todo. E assim se fazem os mestres, os doutores, os pós-doutores que se aprofundam num grão de trigo (é um pouco maior que o de arroz, ou o de areia) com resultados que só interessaram a eles próprios. Nesse ponto Cyril apresenta duas obras digitais que sofreram um mínimo de interferência, mas que demonstram muito bem o que é o arcabouço teórico no qual a arte está inserida. Talvez as próprias peças sejam reflexos da hipocrisia que a sociedade mergulhou nos últimos cinqüenta anos onde tudo o que se faz é quase nada do que se fala. Esses contrastes e incoerências são facilmente encontrados no dia a dia e ninguém se dá conta deles. Para o artista, “... é próprio da arte, que se sobrepõe a qualquer tipo de veto.”



quarta-feira, 19 de maio de 2010

SÃO APENAS NÚVENS

No alto, sob o sol, à sombra, escurecidas pela noite, delineadas pela lua. Massas densas, imagens leves que projetam sonhos. Fantásticas!
Fotografia feita na região de Araçaí - MG.

A PASSAGEM


A Passagem. Passagem que pode te levar de ônibus, navio, trem, avião, transporte. Passagem que pode te deixar entrar num outro lugar, num outro mundo. Achar a passagem, o estreito caminho... Das pessoas que descem, ou sobem, a rua. Que vão para outra dimensão.
A passagem dos tons que vão do claro para o escuro,do frio para o quente. Dos tons que sobem do mi ao sí, sem bemol, sem sustenido.
Só, por um instante, de passagem. Sempre.
Estou finalizando duas etapas do tríptico A Passagem, aproveitando a porta entreaberta de uma capelinha para deixar entrar a luz, a propagação gráfica dessa luz e sua transformação na paisagem lá do Cipó. Esse trabalho faz parte do Armadillis inaturalis e segue algumas das referências tiradas do Dark Side of the Moon.
É toda pintada em acrílica sobre tela com formato final de 0,80 x 2,80 m.


sexta-feira, 14 de maio de 2010

O FUNERAL DA MANHÃ DE HOJE

O Palhaço levantou como de costume, às 5:00h, deu de comer aos Gatos da Casa, foi ao banheiro e depois ligou o computador. Abriu a janela ao clarear o dia e lá estava o pequeno bichano rajado, inerte à beira da calçada. Desceu, arrumou uma caixa e enfiou o pequenino lá dentro. Amarrou e colocou na mochila. Levou ao bosque, sem cortejo mas com sol brilhante. Uma manhã brilhante! A manhã do funeral do gato desconhecido. Cavou, ficou com a mão doída e o pensamento lá em casa, nos Gatos da Casa. Fez o que tinha que fazer. Foi almoçar mais tarde. comeu bolo de sobremesa. Retornou à casa.
Nessa manhã, junto com o gato desconhecido, enterrou outras imagens que foi juntando com o tempo.

Miragens


Ilustração: Izquierdo brown

quarta-feira, 31 de março de 2010

LOTUS 72D EM ANDAMENTO

Durante o Carnaval, em São Gonçalo do Rio das Pedras, na Cachoeira da Rapadura, adiantei a aquarela da lotus 72 D. Agora falta pouco mas ainda é preciso um tempo sobrando para dedicar à essa finalização. Em breve estaremos vendo ela pronta por aqui.

sexta-feira, 19 de março de 2010


As imagens acima apresentam um pouco do processo da aquarela. Etapas sucessivas vão transformando as corres que se formam a partir da sobreposição de camadas de tinta. Um pouco de paciência, só.
Em breve coloco essa peça finalizada. Uma curiosa coincidência nesse trabalho e naquele mais abaixo da Ferrar 312 PB: os carros correram as temporadas de 1972, foram campeões e este aqui, ainda tem a designação 72D. Alguma coisa acontece com essa época que me leva sempre a buscá-la na memória. Mesmo em relação aos trabalhos anteriores que tinham uma ligação com o disco Dark Side of the Moon, do Pink Floyd, que foi concebido em 1972 e lançado em 73. Esse talvez seja um dos pontos que vou abordar em meu TCC, agora neste último semestre na Escola.




O DKW Malzoni foi o carro que deu origem à Puma GT. Utilizava uma mecânica DKW de dois tempos e era inteiramente construído em fibra de vidro, leve e veloz, proporcionando inúmeras vitórias nos campeonatos brasileiros de automobilismo em meados dos anos 60.
O desenho acima foi feito em grafite e vai servir de base para uma série de gravuras em metal que pretendo iniciar no segundo semestre de 2010 quando termino o bacharelado em pintura e dou início às atividades na gravura. Essa imagem vai ser transferida para uma chapa emulsionada com uma mistura fotosensível, depois gravada e corroída para gerar a matriz. Então pode-se fazer um certo número de cópias com o mesmo detalhamento do desenho.
O carro representado é o quase vencedor das Mil Milhas Brasileiras de 1966 (uma boa história dessa prova no http://www.obvio.ind.br/As%20mil%20milhas%20de%201966%20-%20equipe%20Vemag.htm), pilotado pela dupla Emerson Fittipaldi/Jan Balder.

O GATO SOL




Essa foto fiz quando estava em Ouro Preto, numa manhã de Páscoa, cinzenta e fria como quase todas as manhãs em Ouro Preto. Cantarolava na hora uma música do Jethro Tull, "The Mouse Police Never Sleeps", e a última frase da canção dizia "...warm-blooded night in a cold tile." Foi o título que dei à pintura, feita em aquarela no papel Fabriano.
A idéia de deixar o gato mais diluído veio do amigo Tales Sabará e as composições de linhas, triângulos e tons foram estudaddas junto ao mestre Mário Zavagli. A pintura foi feita para uma amiga e, como ela é peruana, a início o nome era El Gato Sol, por causa da Festa do Sol que acontece no Peru, por causa dos filtros de solarização que imprimi à imagem original, incluindo esse trabalho na linha dos trabalhos da série Fast Lisergy. Um gato, rápido, astuto,...
Assim nasceu WARM BLOODED...






O ITAMBÉ

Com seus 2022 m de altitude, o Pico do Itambé eleva-se na Cordilheira do Espinhaço próximo ao Serro, mais precisamente no município de Santo Antônio do Itambé. Fiz recentemente uma foto, desde a estrada que liga São Gonçalo do Rio das Pedras a Milho Verde, e estou trtabalhando a imagem na aquarela, utilizando o mesmo papel Arches Satiné que usei na "Piedade". Já me falaram várias vezes que "o Itambé tem uma ponta!". É pode até ter uma ou várias, dependendo do local de onde é visto. Sei que o meu é assim mesmo, sem a tal da "ponta", e na mesma configuração que vejo desde a Serra do Raio, do Capivari, da Serra da Bicha, lugares por onde passei quando subi ao alto da Montanha. Hoje existe um "Parque Estadual" decretado e que, como sempre, carece de muita estrutura e direcionamento na utilização pelos visitantes. Tá tudo muito bonito, no papel. E no papel vou terminar a aquarela.

"DAYTONA 312 PB"

Essa imagem foi trabalhada a partir de uma foto solarizada em P&B. Fiz algumas alterações para o trabalho em aquarela e decidi dar cor ao carro, a Ferrari 312 PB de Ickx nas 24 Horas de Daytona em 1972. O papel utilizado foi o Fabriano 100% Cotton e a grande parte cinzenta, com os "fantasmas" foi feita em tons de Payne's Grey. Todas as tintas utilizadas são Rembrandt.