ONCE

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

PIRANHA

Da mesma forma, procedi no isolamento do entorno e apliquei os tons de laranja e cinza sobre o corpo. É bom salientar que o papel utilizado, o Schoeller 6G, aceita muito bem as máscaras adesivas e recortes leves. A partir daí comecei o tratamento com o lápis de cor, trabalhando primeiro as nadadeiras e depois a cabeça. Pela disposição, número e proporção das escamas, o recurso utilizado para representá-las não foi o mesmo que na Pirambeba e então optei pelo tratamento manual mesmo.
A experiência na ilustração dos peixes para o Guia da CEMIG-Empresa das Artes, me possibilitou a redescoberta das possibilidades com o lápis de cor que eu havia trocado pelo aerógrafo. Hoje uso a aerografia somente para alguns fundos e para a pintura nos modelos que faço. O trabalho vai todo mesmo no lápis ou na aquarela.




JAGUATIRICA


Gatos. Quem os conhece sabe o quanto apreciam as novidades, a observância do mundo que os cerca. Suaves, ligeiros, astutos, nunca desprezam uma boa companhia. Nada e tudo se deve esperar deles e não são como gente: agem por instinto, livres da razão.
Outro dia li um artigo numa revista sobre um rastreador que seguia a trilha deixada por uma onça pintada. Depois de um certo tempo resolveu voltar ao acampamento e então notou, sobre suas próprias pegadas, novas pegadas do felino que procurava. São assim mesmo, simplesmente gatos.
A ilustração da Jaguatirica (Felis pardalis) acima poderia contar inúmeras histórias mas, de fato, foi feita na vacuidade, num instinto do exercício com o lápis de cor. Nos tons mais suaves foram usados os Carandache Prismalo II, aquareláveis mas sem água. Nas manchas escuras, pretas, utilizei o Faber Castel comum, caixa vermelha, mais duro e melhor para a obtencão de detalhe dos pelos, principalmente no limiar do desenho. O papel foi o Super White 240 g, liso, num formato de 21,5 x 30,0 cm. O tempo gasto (aproveitado) foi de 32 horas.

PEIXES SÃO FRANCISCO PASSOS II

Eu tinha falado em número de escamas mas em alguns casos elas não são fatores determinantes na identificação da espécie. No caso da Pirambeba, da Piranha, e outros, alguns artifícios podem ser usados para representar a textura, aproximando bastante da realidade. Procurei uma tela de arame com uma malha que me desse a proporção do tamanho das escamas. Usei essa tela como máscara e apliquei aquarela com o aerógrafo para depois retrabalhar os brilhos e sombras no volume geral. Todo o trabalho na cabeça e nas nadadeiras já tinha sido feito. Essa ilustração também faz parte do Guia publicado pela CEMIG-Empresa das Artes.

PEIXES SÃO FRANCISCO PASSOS


Para as ilustrações do Guia de Peixes do Rio São Francisco (CEMIG-Empresa das Artes, 2006) trabalhei com as finalizações em lápis de cor, como já falei anteriormente. As tonalidades de fundo foram obtidas com aquarela preparada e aplicada com aerógrafo, fazendo uma máscara e procurando as nuâncias dos tons mais fortes. As referências fotográficas obtidas na fase de pesquisa foram então usadas para o detalhamento das espécies. Aí entrou também um minucioso "projeto" de cada uma delas para a reprodução do número de escamas, manchas e particularidades que as definem. Ao final dessa série de etapas coloco o trabalho finalizado.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A VACA


Foi por causa de um serviço em agência de publicidade que saiu essa vaquinha aí, no típico cenário de uma sexta-feira, sem nenhuma peça para finalizar até às 17:30 quando entra o produtor gráfico pela sala e "zanza" igual um maluco, não consegue falar coisa com coisa e quer o anúncio pronto em umas duas hora para ir pro jornal ainda... Lá se vai a sexta, o humor e a paciência. Só de férias mesmo...

sábado, 22 de setembro de 2007

BMW ART CAR

Vários foram os artistas que desenvolveram trabalhos em cima dos carros de competição da BMW. Hoje a fábrica alemã mantem um museu/galeria que abriga todos os modelos pintados por Andy Warhol, Alexander Calder, Frank Stella, Roy Lichtenstein, entre tantos. Como todo trabalho de arte, são peças únicas e genuinas e merecem um olhar diferenciado daqueles que os assistiram correr as 24 Horas de Le Mans, uma das mais tradicionais provas do automobilismo mundial.

Fiz essa aquarela do BMW 320i pintado por Roy Lichtenstein, seguindo seu traço marcante relacionado com as histórias em quadrinhos dos anos 60, a busca pela simplificação da imagem e o uso das retículas. Existe um filme disponibilizado na web, com cenas da elaboração e execução do trabalho, além de tomadas na própria corrida em 1977.

OPALA 21


Para aqueles que curtiram os anos do automobilismo mineiro com provas no circuito externo do Mineirão (Autódromo Marcelo Campos), a imagem desse Opala ficou na memória. Era um carro preparado e deu trabalho para muito carrão importado da época, até mesmo para a famosa carreteira do paulista Camilo Cristófaro. Aqui no Mineirão o reinado absoluto do Opala 21, conduzido na maioria das vezes pelo mineiro Toninho da Matta, encerrou-se com o fechamento da pista após a última corrida em 1972. O carro foi "abandonado" e suas partes vendidas ou retiradas para preparação de carros de arrancada. A história conta hoje com algumas fotografias e a lembrança de quem assistiu às disputas desse clássico do automobilismo de competição brasileiro.

No meu atual processo de trabalho na Escola de Belas Artes, incluí alguns ícones do meu interesse pelo automobilismo. Um chamado "livro do artista" está em desenvolvimento, utilizando a técnica de aquarela sobre papel Fabriano. Em breve colocarei aqui uma imagem do Puma 38 com o qual Marcelo Campos fez fama no mesmo circuito.

domingo, 9 de setembro de 2007

PEIXES DO SÃO FRANCISCO II




Um dos motivos mais difíceis de ilustrar são os peixes. Primeiro que eles vivem em outro ambiente e se retirados da água perdem uma série de características importantes para o detalhamento das espécies, como disposição das nadadeiras. A cor também varia muito e principalmente o olhar. Quem não conhece a expressão "olho de peixe morto"? A grande maioria das espécies ilustradas para o Guia da CEMIG foi colocada em aquário e analizada nos mínimos detalhes. Alguns dias foram gastos entre a captura do indivíduo e a coleta dos dados, esboços, fotografias, etc. Todo o trabalho foi acompanhado meticulosamente pela equipe técnica (composta por cientistas especializados) que descreveu cada uma das espécies para o mesmo guia. Alguns dos trabalhos tiveram pequenas modificações e acertos mas no resultado a harmonia entre arte e ciência deve prevalecer.

sábado, 8 de setembro de 2007

PATO MERGULHÃO II


Existem algumas coisas que começam e, por algum motivo, não continuam.

Recentemente recebi uma alegre notícia do nascimento de 8 filhotes do Mergus. Essa ave está ameaçada de extinção devido à degradação do habitat em que vive. Poucos são os locais que oferecem condições ideais para a sua sobrevivência. Outra notícia chegou dizendo que apenas tres dos filhotes ainda estão com os pais. É assim na natureza. Algumas espécies, por motivos naturais (ou não), não continuam.

Ilustração feita com lápis de cor sobre papel super white 240g.

CLÁSSICOS EM INTERLAGOS


No início de 2007 estivemos em Interlagos para um encontro dos Clássicos de Competição nacionais. Muitos carros, completamente restaurados, se apresentaram e circularam pela pista, relembrando alguns momentos poéticos das competições brasileiras. Uma das maiores atrações foi o Porsche 908/2 que correu pela Equipe Hollywood entre 1972 e 1974, com o piloto Luiz Pereira Bueno. Apesar de não estar pintado nas cores daquela época, ele marcou presença pelo cuidado e estado em que se encontra, uma verdadeira peça de museu.

Outra notoridade foi o copersucar FD 01, totalmente restaurado. O impressionante é a altura desses carros em relação ao chão. Isso a 250 km/h faz uma diferença...



Fotos: Ibsen Pereira (visite www.fotki.com/ibsenop)

A SERRA FINA







Uma das regiões mais impressionantes que já estive, a Serra da Mantiqueira no sul de Minas Gerais. Desde Passa Quatro até Itamonte, numa caminhada de crista por quatro dias, está o trecho de travessia da Serra Fina. São tres cumes principais: o Capim Amarelo, o Pedra da Mina (quarto em altitude no Brasil - 2.801m) e o Tres Estados. O grau de dificuldade é acentuado pelo Capim de Anta e pelo traçado na cumeeira da serra. As temperaturas chegam fácil aos 10 negativos mas o visual compensa qualquer esforço. A partir de um certo ponto caminha-se de frente para o Pico das Agulhas Negras, no Parque do Itatiaia. É um passeio que não deve ser descartado por aqueles que vivem montanhas.
Fotos: Jacintho/Fiote

PEIXES DO RIO SÃO FRANCISCO I





No final de 2004 comecei a trabalhar com as ilustrações para um guia a ser publicado pela CEMIG, apresentando as principais espécies de peixes do São Francisco mineiro. Fui para Tres Marias, na Estação de Piscicultura da CODEVASF, e durante tres meses coletei dados para a realização do trabalho. Ao todo foram 26 pranchas, todas feitas com lápis de cor sobre papel Schoeller 6G. O Guia Ilustrado dos Peixes do Rio São Francisco foi editado pela Empresa das Artes e lançado pela CEMIG em junho de 2006. Alguns exemplos estão aí mas vou colocar mais detalhes para mostrar como as ilustrações foram feitas.

O MORRO DO CRUZEIRO


Pra quem já esteve em São Gonçalo do Rio das Pedras, lugar calmo que proporciona momentos de muito contato com a terra e o povo mineiro, essa visão já pode ser conhecida: é o Morro do Cruzeiro, visto lá da praça, em frente à pousada da Anna. Um final de tarde, depois da chuva, com aquele cheirinho do Espinhaço molhado e uma brisa que te convida a nunca mais sair dalí.

Esse trabalho foi feito a partir de uma foto que tiramos em dezembro de 2004, com tinta acrílica sobre papelão paraná preparado.