ONCE

sexta-feira, 10 de junho de 2011

É PODA!



"Hoje foi um dia cinzento para mim, não pelo escondido colorido, não pelas cinzas de um vulcão distante. Cinzento pelo som que me incomodou durante alguns minutos na manhã. Nem me deram tempo para correr. E em alguns minutos estava no chão. Me lembro que me colocaram aqui para que outra fosse removida do lugar e ela só iria depois que eu estivesse estabelecida. Aí chegaram os caras com a serra de motor barulhento. Dizem que tem uma "autoridade" no assunto para acompanhar a ação. Sim, eu o vi, paralisando o trânsito dos carros enquanto eu tombava. Foi de uma vez só. Caí estendida de um lado a outro da rua. Me arrastaram e trataram de me reduzir para que eu coubesse dentro do caminhão."


Aconteceu na porta da minha casa, há um ano e pouco. Vieram depois de uns sete meses e colocaram lá uma quaresmeira, com uns dois metros de altura. A outra tinha doze, ou quinze. Foram juntos três filhotes de sabiá. Na porta da casa de um amigo foi diferente: ele saiu pela manhã e quando voltou no final da tarde não havia mais a árvore da sua janela. Não havia mais os micos que lhe vinham pedir banana todos os dias.

Deixo aqui uma dúvida que remeto à conservação do meio ambiente como lugar onde vivemos, não só o "santuário intocável" protegido por leis, mas como também a porta da nossa casa. Recentemente uma fatalidade determinou que uma boa quantidade das árvores de um parque da minha cidade (tombado como patrimônio municipal) fossem sacrificadas pois poderiam causar danos à população que passa por lá. Mas e os danos causados pelos acidentes automobilísticos. Se fossemos olhar pelo mesmo lado, deveriam então eliminar muitos automóveis desse nosso ambiente urbano. Mas não, não o automóvel.
Árvores prejudicam a vida nas grandes cidade. Devem ser podadas (não muito bem podadas - observe atentamente a forma das aleijadas que restaram. As que caíram o fizeram por desequilíbrio) para não atrapalharem as linhas de energia. Devem ser cortadas para não causarem acidentes (até mesmo para não sujarem as calçadas ou atrapalharem a vista).

Daqui um tempo elas estarão grandes, crescidas, estabelecidas. Daqui um tempo outro grupo com serras barulhentas. Daqui um tempo um tempo só de arbustos e gramados na urbe.

Um abraço a todos.
Paulo "Fiote"

PS: novas árvores serão plantadas em torno do estádio de futebol. Daqui um bom número de anos elas darão sombra como as que existiam lá.

Por favor, ao deixar um comentário faça sua identificação. Não se esconda no anonimato urbano.



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